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Os Beatles e suas guitarras (e baterias!)
Os Instrumentos que criaram um Sonho.
Terceira parte - 1961-1962
Início 1956-1959 1960 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970
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24 - Rosetti Solid:
Acabamento: Um escudo branco e uma borda branca em torno do corpo sunburst,
variando de preto a vermelho
Modelo: Lucky 7
Captadores: dois captadores, modelo Royal
Alavanca: não
Início de Uso: Janeiro de 1961
Fim de Uso: Abril de 1961
Características: Guitarra semi-acústica, sem aberturas em "f", fabricada na Holanda pela Egmond. Foi rebatizada
pela Rosetti, importadora inglesa, e vendida por módicas 19 libras.
Destino: Assim que chegou em Hamburgo, para a segunda temporada na cidade, a Rosetti foi destruída no palco, bem ao estilo The Who. Paul passou a ser o pianista, acabando com o velho piano do "Top Ten Club".
Após os quatro shows em Dezembro de 1960, onde Chas Newby foi o baixista, a vaga ficou ociosa. Como George, guitarrista nato recusou-se a ocupá-la, sobrou para Paul a tarefa de ser o novo baixista dos Beatles. Como havia acabado de pagar as prestações de sua Rosetti, estando sem dinheiro após o fiasco de Hamburgo, ele resolve adaptar a sua guitarra, trocando os dois captadores por um individual, localizado junto à ponte. Removeu também o escudo, para caber o novo captador. Como cordas para baixo eram caras (cerca de £ 2), ele furtava cordas dos pianos dos clubes onde tocavam e colocava 3 (!!!) cordas na Rosetti.
Entre Fevereiro e Março o grupo se apresentava com dois baixistas, Paul e Stu. Mas o "baixo" de Paul quase nunca estava plugado no amplificador. Ele não ficaria muito tempo com este "monstro", comprando um baixo de verdade em Hamburgo, que será sua marca registrada. A Rosetti seria "destruída" no palco, com John pulando sobre os pedaços. Stu emprestou seu Hofner para Paul por 2 semanas.
A foto abaixo mostra o baixo de Stu com as cordas invertidas para Paul poder tocá-lo. A Rosetti já era história.
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25 - Höfner Club:
Acabamento: sunburst
Modelo: 500/2
Captadores: dois captadores, modelo Hofner "Staple Nickel"
Início de Uso: Fevereiro de 1961 (?)
Fim de Uso: Fevereiro / Março de 1961 (?)
Características: Baixo de corpo oco, sem aberturas e escudo imitação de madrepérola, fabricado na Alemanha. O tampo era de abeto (spruce) e o fundo era de bordo (maple). Escala em jacarandá. .
Destino: Não se sabe ao certo quantas vezes Stu tocou com os rapazes no Carvern, em 1961. Com certeza foi entre Fevereiro e Março, pois o grupo voltou a Hamburgo em Março.
Assim que retornou à Liverpoool para tratar da volta dos Beatles para Hamburgo, Stu curtiu tocar com os rapazes novamente no Cavern Club. Como seu President ficou na Alemanha, ele usou um Höfner Club de um músico amigo.
Assim, nesta rara foto ao lado pode-se ver John e sua Rickenbacker e Stu (encoberto), com o Höfner emprestado.
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Cena histórica acima: Paul e Stu juntos com seus baixos, no Top Ten Club.
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26 - Höfner:
Acabamento: marrom degradê
Modelo: 500/1
Captadores: dois captadores, um na base do braço e outro no meio do corpo
Início de Uso: Abril de 1961
Fim de Uso: Setembro de 1963
Características: baixo de corpo ôco, com corpo em abeto (spruce), fundo e laterais em bordo (maple), escala em jacarandá
(rosewood), com o clássico desenho em forma de violino; Detalhe: o modelo de Paul tinha o fundo ovalado e não reto. E o nome Höfner é na vertical.
Destino: Deixou de ser o instrumento principal quando a Höfner deu um novo modelo a Paul. Após algumas modificações ele ficou como baixo reserva nos shows até 1965. Foi usado no White Album e no vídeo de Revolution, sem o escudo. Acreditava-se que ele havia sido roubado dos Estúdios Twickenham, onde estavam filmando e gravando o projeto Get Back / Let It Be, ns primeira semana de Janeiro de 1969. Na verdade, foi no dia 10 de outubro de 1972, da van estacionada com o equipamentpo de Paul.
Assim que destruiu sua Rosetti, Paul se dividia entre o piano e o baixo de Stu, que estava para sair do grupo (o que faria às vésperas das gravações com Tony Sheridan). Mas ele não se sentia à vontade com o instrumento invertido. Decidiu ir à loja Steinway Musichaus, em Hamburgo, onde os Beatles estavam fazendo sua segunda turnê. Ele queria comprar um baixo Fender, mas o preço era proibitivo para o jovem músico: £ 100 (£ 1.130 em valores atuais).
O som encorpado e a leveza cativaram Paul. Não pesava nos ombros. Um simpático instrumento em forma de violino que, por ser
completamente simétrico, agradou ao músico. Por ser um “guitarrista nato”, agora no
baixo, Paul sentia-se com uma guitarra, pela forma deste instrumento.
Ele pediu ao vendedor um modelo para canhoto. Não havia nenhum em estoque mas eles podiam encomendar à fábrica. Para a fábrica não era problema, pois o instrumento era siméritrico. Só alterava a posição do escudo, dos controles e mudar a pestana. O preço, £ 30 (£ 339 em valores atuais), foi outro ponto crucial para a aquisição do baixo, pago em 10 módicas parcelas.
Importante: apesar de ter sido o primeiro modelo de canhoto da fábrica, feito por encomenda, não foi por ser "para o beatle Paul McCartney". Nesta época Paul ainda era um ilustre desconhecido.
Este novo baixo demandava mais amplificação, que o velho Elpico já não podia prover. Paul passa a usar o Truvoice de George, que comprou o Gibson de Stu.
As primeiras gravações deste baixo foram feitas em Hamburgo, acompanhando Tony Sheridan. Ele pode ser ouvido em My Bonnie, The Saints, Cry For A Shadow, Why, Nobody's Child, Ain't She Sweet e Take Out Some Insurance..., todas em Junho de 1961.
Na audição para a Decca Records, janeiro de 1962, Paul usou o baixo. Em maio, mais uma vez em Hamburgo com Toni Sheridan, gravou as músicas Sweet Georgia Brown e Swanee River.
Em Junho de 1962 foi usado na audição para George Martin, nos estúdios de Abbey Road, nas músicas Besame Mucho, Love Me Do, P.S. I Love You e Ask Me Why. Depois, em Setembro, foi usado na primeira sessão de gravação oficial dos Beatles, How Do You Do It e Love Me Do. As últimas gravações de 1962 com o Hofner foram em Novembro, com as músicas Please Please Me, Ask Me Why e Tip Of My Tongue. |
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27 - Neoton Futurama Grazioso Resonet:
Acabamento: sunburst vermelha
Captadores: três captadores, semelhantes aos da Fender
Alavanca: sim
Início de Uso: Novembro de 1959
Fim de Uso: Agosto de 1961
Características: Guitarra elétrica de corpo maciço (carvalho ou faia), bem semelhante à Stratocaster. Baseada no projeto da Fender, toda a parte elétrica e da alavanca foram reprojetadas, melhorando em muito o projeto dos americanos. As chaves seletoras eram flutuantes e permitiam sete combinações de timbre (a Strato só tinha 3), os captadores tinham polos ajustáveis individualmente e o controle de tom era para os três captadores (na Strato só funcionava para o captador da ponte e o do braço). O sistema da alavanca superou longe o da Fender, pois tinha seis molas individuais, sendo todo o conjunto a fonte inspiradora para modelos futuros, como o Floyd Rose. O grande ponto negativo era que a ação das cordas era muito alta, quase a 1,5cm da escala.
Destino: Em 1964, George deu esta guitarra para uma rifa entre os leitores da revista Beat Instrumental, cujo editor era Sean O'Mahony (que iria fundar a Beatles Book). O ganhador foi A.J. Thompson que, por não tocar guitarra, aceitou dinheiro em troca. O'Mahony tem a guitarra até hoje.s
George teve que deixar a sua surrada Futurama em Liverpool, para reparos. O irmão de Pete, Rory Best, tinha uma exatamente igual. Foi essa que George levou para a "maratona de shows" no Top Ten Club, bem como usou nas gravações feitas em Hamburgo, acompanhando o cantor inglês Tony Sheridan.
Ela pode ser ouvida em My Bonnie, The Saints, Cry For A Shadow, Why, Nobody's Child, Ain't She Sweet e Take Out Some Insurance..., todas em Junho de 1961. |
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28 - Rickenbacker Capri:
Acabamento: madeira clara envernizada
Modelo: 325
Captadores: três captadores Rickenbacker
Alavanca: sim, modelo Kauffman
Início de Uso: Agosto de 1960
Fim de Uso: Agosto de 1961
Características: Guitarra elétrica de corpo semi-ôco, toda em amieiro (alder), escala em jacarandá bem curta, ponte fixa da Rickenbacker, escudo dourado e 4 botões tipo "de forno" da Rickenbacker.
Destino: Em Agosto de 1961, John foi até a loja Hessy's Music,
onde Chris Huston, dos Undertakers, mudou a alavanca original e trocou alguns
botões.
De Volta à Hamburgo, John pode ter registrado o som de sua guitarra nas primeiras gravações para Bert Kaempfert.
Seu som metálico inconfundível pode ser bem apreciado em My Bonnie, The Saints, Cry For A Shadow, Why, Ain't She Sweet e Take Out Some Insurance..., todas em Junho de 1961.
Mas ela ainda passaria por mais mudanças e reformas. As principais sempre foram os botões, que John perdia com uma assiduidade impressionante!
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John, com a bateria de Pete atrás dele.
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29 - Bateria Premier:
Acabamento: "Marine Pearl".
Modelo: 54
Início de Uso: Fevereiro de 1960
Fim de Uso: Agosto de 1962, com os Beatles.
Destino: Esta bateria está no Liverpool Beatles Museum, de Pete e Roag Best.
Logo original: Nenhum
Bumbo: 20"x14"
Surdo: 16"x16"
Tom-tom: 12"x8"
Caixa: Royal Ace - 14"x5"
Ride: Zyn 18"
Crash: Zyn 16"
Hi-Hat: Zyn 14"
Com esta bateria Pete Best gravou seu nome na história dos Beatles. Ele tocou, em Junho de 1961, todas as músicas para a Polydor: My Bonnie, The Saints, Ain't She Sweet, Cry For A Shadow, Why, Nobody's Child e Take Out Some Insurance On Me Baby. Mas o maestro Bert Kaempfert só permitiu que ele usasse a caixa e o parto de condução (ride).
Depois, novas gravações em Maio de 1962, em Sweet Georgia Brown e Swanee River.
Finalizando sua carreira fonográfica com os Beatles, ele tocou na primeira audição para a E.M.I.: Love Me Do, P.S. I Love You, Besame Mucho e Ask Me Why, em Junho de 1962.
Abaixo, uma raríssima foto de Ringo, no Cavern Club, usando a bateria de Pete. Possivelmente uma das vezes em que Beatles e Rorry Storm fizeram show juntos. Ou Ringo cobrindo a ausência de Pete em algum show.
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30 - Gretsch Duo Jet:
Acabamento: preta
Modelo: PX 6128
Captadores: dois captadores DeArmond, single-coil
Alavanca: sim, modelo Bigsby
Início de Uso: Agosto de 1961
Fim de Uso: Junho de 1963
Características: Guitarra elétrica de corpo oco, com câmaras. Tampo em bordo (maple), fundo e laterais em
mogno (mahogany), bem semelhante à Les Paul, com escala
em jacarandá (rosewood) escudo prateado e bordas brancas em torno do instrumento. George mandou pintar o fundo e as bordas de preto, já que originalmente a guitarra vinha com estas partes na cor natural, mogno.
Destino: Ao final de 1963, George deu esta guitarra para seu amigo alemão Klaus Voormann, que mudou um de seus captadores e ficou com ela por 20 anos!. Depois que o técnico Alan Rogan restaurou o captador original, George usou-a no disco Cloud Nine, além de posar para a capa com ela.
George estava cansado de sua Futurama, difícil de tocar por causa das cordas altas. Ele caiu de amores por uma Fender Stratocaster branca, que ele viu na Steinway Musichaus, em Hamburgo. Como não tinha todo o dinheiro para comprá-la, ia fazer um empréstimo com Rory Storm. Mas este, na última hora, preferiu comprar a guitarra para Ty Brian, seu guitarra-ritmo. Quase rolou pancadaria entre John e Rory. Os grupos ficaram sem se falar por semanas.
De volta à Liverpool e decidido a mudar de guitarra, George economizou cerca £ 75 (£ 847 em valores atuais). Estava querendo uma Gretsch e achou esta guitarra em um anúncio no Liverpool Echo , colocado por um marinheiro que a trouxe da América. "Só Deus sabe como eu me virei para conseguir as 75 libras, lembra-se George no livro Anthology. Parecia uma fortuna, que carreguei em minha carteira, rezando para ninguém me roubar".
Ela foi usada em todos os shows, programas de rádio e na audição para a gravadora Decca, em Janeiro de 1961.
Em Maio de 1962 ela foi usada na última gravação para Bert Kaempfert, em Hamburgo: Sweet Georgia Brown.
Em Junho de 1962 ela entraria para a história dos Beatles: foi usada na audição para George Martin, nos estúdios de Abbey Road. George usou-a em Besame Mucho, Love Me Do, P.S. I Love You e Ask Me Why. Depois, em Setembro, novamente foi usada na primeira sessão de gravação oficial dos Beatles, How Do You Do It.
As últimas gravações de 1962 com a Duo Jet foram em Novembro, com as músicas Please Please Me e Tip Of My Tongue. |
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31 - Rickenbacker Capri:
Acabamento: madeira clara envernizada
Modelo: 325
Captadores: três captadores Rickenbacker
Alavanca: sim, modelo Bigsby B-5
Início de Uso: Agosto de 1961
Fim de Uso: Setembro de 1962
Características: É a mesma guitarra anterior. Apenas teve a alavanca e os botões trocados.
Destino: Foi a "guitarra de trabalho" em todos os shows e gravações, sendo reformada novamente, como veremos, antes de ser "aposentada".
John se identificou tanto com esta guitarra que resolveu melhorá-la. Chris Huston, do grupo Undertakers, era uma espécie de "técnico em eletrônica de guitarras", pois havia feito várias mudanças no seu instrumento.
Como a alavanca original da Rickenbacker era fixa e John tocava guitarra com muita força, ele sempre machucava a mão. Ele chegou a entortar a alavanca mas não resolveu muito. Por isso escolheu a Bigsby, que podia abaixar e deixar longe de sua mão.
John não usava muito a alavanca pois fazia bends nos poucos solo que tocava. Mas a Bigsby passou a ser o "sonho de consumo" dos guitarristas de Liverpool. John e Chris foram até a loja Hessy's Music, um quarteirão abaixo do Cavern Club. Lá, numa "operação cirúrgica", eles mudaram a alavanca original, e trocaram os botões botões que sobraram, pois 1 ou 2 haviam caído provavelmente nas memoráveis noites de Mach Schau em Hamburgo. E a Bigsby vinha com uma ponte modelo "Bowtie" (gravata borboleta), que foi colocada no lugar da orginal da Rikenbacker.
Os novos botões eram modelo "Beaver", muito usados nos rádios da época.
A alavanca e a ponte originais foram presenteadas a Johnny Guitar, dos Hurricanes de Rory Storm. Ele colocou-as em sua guitarra Guyatone, que está com ele até hoje. Este gesto de John enterrou qualquer ressentimento sobre a Fender de George.
John pintou de preto o contorno da palavra "Bigsby", para destacá-la.
As primeiras gravações com a guitarra reformada foram Sweet Georgia Brown e Swanee River, durante a terceira visita a Hamburgo, em Maio de 1962.
Em Junho ela seria usada na audição para George Martin, em Besame Mucho, Love Me Do, P.S. I Love You e Ask Me Why. Depois, em Setembro, novamente foi usada na primeira sessão de gravação oficial dos Beatles, How Do You Do It.
Ela foi usada em todos os shows, programas de rádio até Setembro de 1962, quando seria mais uma vez reformada.
Abaixo, os novos botões "de rádio".
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31 - Gabinete para baixo Adrian Barber's "Coffin":
Dono: Paul
Início de Uso: Outubro de 1961
Fim de Uso: Março de 1963
Alto-Falantes: 15 polegadas
O guitarrista Adrian Barber do grupo The Big Tree começou a construir gabinetes para guitarras e baixos não só de seu grupo, como para os músicos de outras bandas. Pela forma e tamanho eles logo foram apelidados de Coffins (caixões). Paul estava insatisfeito com a potência que tirava do Truvoice, pois seu gabinete era muito limitado. John e George estavam com aparelhagens muito melhores. Ele resolve então encomendar um gabinete para Barber.
Inicialmente Paul usou o amplificador do Truvoice para "alimentar" o Coffin, conseguindo uma potência impressionante para a época. Seu baixo passou a soar alto, claro e potente!
Abaixo podem ser vistos o Coffin, com o Truvoice escondido atrás, em uma das apresentações no Tower Ballroom.
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32a - Amplificador Fender Vibrolux:
Dono: John
Início de Uso: Agosto de 1960
Fim de Uso: Julho de 1962
Potência: 18 Watts
Alto-Falantes: 10 polegadas
O amplificador de John estava bem "surrado" em termos visuais (e sonoros). Como Paul veio com o seu gabinete "preto", John resolveu reformar o Fender, "pintando de preto" em outubro de 1961!
Ficou bem feio, mas era para manter a "unidade visual" da banda. George fez a mesa coisa com o seu Gibson.
Mas quando a banda chegou na Decca, em janeiro de 1962, o estado visual e sonoro dos amplificadores era lastimável. E não foi diferente na EMI. Um envergonhado Brian Epstein vai resolver este problema.
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32b - Amplificador Gibson GA-40 Les Paul:
Dono: George (originalmente era de Stu)
Início de Uso: Outubro de 1960
Fim de Uso: Julho de 1962
Potência: 16 Watts
Alto-Falantes: Jensen de 12 polegadas
Assim que deixou o grupo, Stu vendeu o amplificador para George, que o usaria até 1962, quando entrariam em cena os lendários Vox.
Só que George fez o mesmo que John em outubro de 1961: pintou seu amplificador de preto!
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32b - Amplificador Vox AC-15::
Dono: John
Início de Uso: Julho de 1962
Fim de Uso: Dezembro de 1962
Potência: 15 Watts
Alto-Falantes: Dois Goodmans, de 12" cada
Acabamento: Bege
Brian Epstein, levando ao pé da letra a recomendação de George Martin após a primeira gravação dos Beatles: melhorar o equipamentoterista. Ele foi até a Hessy's, em Liverpool, com John e George. E perguntou que amplificadores eles queriam. A dupla na hora falou: Vox, porque os Shadows usam!
O problema é que na loja só haviam dois: um AC-15 e um AC-30. George falou imediatamente: sou o guitarrista solo, o de maior potência é meu! E John ficou com o AC-15.
Externamente, o AC-15 e o Ac-30 eram idênticos. As diferenças eram a potência (claro), o tamanho do painel de controle, menor no AC-15 e os falantes usados em cada modelo.
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32c - Amplificador Vox AC-30::
Dono: George
Início de Uso: Julho de 1962
Fim de Uso: Dezembro de 1962
Potência: 30 Watts
Alto-Falantes: Dois Vox "Celestion Alnico", de 12" cada
Acabamento: Bege
Brian Epstein, levando ao pé da letra a recomendação de George Martin após a primeira gravação dos Beatles: melhorar o equipamentoterista. Ele foi até a Hessy's, em Liverpool, com John e George. E perguntou que amplificadores eles queriam. A dupla na hora falou: Vox, porque os Shadows usam!
O problema é que na loja só haviam dois: um AC-15 e um AC-30. George falou imediatamente: sou o guitarrista solo, o de maior potência é meu! E John ficou com o AC-15.
Externamente, o AC-15 e o Ac-30 eram idênticos. As diferenças eram a potência (claro), o tamanho do painel de controle, maior aqui no AC-30 e os falantes usados em cada modelo. |
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33 - Gibson ES-335:
Acabamento: sunburst
Modelo: 335T
Captadores: dois captadores Humbucking
Alavanca: sim, modelo Bigsby
Início de Uso: Julho de 1962
Fim de Uso: Julho de 1962
Características: Guitarra semi-acústica, com um bloco central de bordo (maple), tampo, fundo e laterais de bordo (maple) laminado, com duas aberturas em "f". Escala em jacarandá (rosewood).
Destino: George viu esta guitarra e fez questão de posar para uma foto.
George estava nos bastidores do show dos Beatles no Tower Ballroom, em 27 de Outubro de 1962, quando viu o guitarrista Joe Brown com esta 335.
Assim que Brown foi ao banheiro, George pegou a guitarra e pediu para Mike McCartney tirar uma foto com ela. Em 1965 ele compraria sua própria 335. |
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34 - Amplificador para baixo Quad II
Dono: Paul
Início de Uso: Agosto de 1962
Fim de Uso: Abril de 1963
Potência: 15 watts, com saída de 50 watts.
Com John e George usando novos e potentes amplificadores, já era hora de Paul aposentar o "surrado" Truvoice. A Vox ainda não fabricava amplificadores para baixo. Após uma discussão com o grupo The Big Three, que também empresariava, Brian Epstein ficou com seu equipamento.
Entre as peças estava um amplificador totalmente modificado por Adrian Barber, resultando em um potente aliado ao som dos Beatles.
Na foto abaixo, o Quad II de Paul está entre a bateria e o Vox da direita. O Coffin pode ser visto atrás de Paul, ao fundo.
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35 - Bateria Premier
Acabamento: "Duroplastic" mogno
Modelo: 54
Início de Uso: Agosto de 1962 (com os Beatles)
Fim de Uso: Janeiro de 1963
Destino: Apenas a caixa desta bateria está com Ringo até hoje.
Logo original: "Ringo Starr"
Bumbo: 20"x14"
Surdo: 16"x16"
Tom-tom: 12"x8"
Caixa: Royal Ace - 14"x4"
Ride: Zyn 18"
Crash: Zyn 16"
Hi-Hat: Zyn 14".
Enquanto esteve com os Hurricanes, Ringo usou as iniciais "R-S" pintadas em sua pele frontal e que podiam ser entendidas como "Rory Storm" ou "Ringo Starr". Um pouco depois pintou "Ringo Starr" na pele fontal. Foi com este "look" que ele fez o seu "debut" com os Beatles, no Cavern Club, em 18 de Agosto.
A primeira gravação dos Beatles na E.M.I., em 4 Setembro, foi a estréia desta bateria em gravações do grupo. Foram tocadas How Do You Do It e Love Me Do. Nas gravações do dia 11 de Setembro, Ringo tocou apenas numa primera versão de Please Please Me.
Encerrando as gravações do ano de 1962, Ringo usou sua Premier no dia 26 de Novembro em Please Please Me, Ask Me Why e Tip Of My Tongue.
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35b - Framus Parlor
Acabamento: natural
Modelo: 5/1
Início de Uso: Final dos anos 1950
Fim de Uso: ?
Características: violão de fabricação alemã, com corpo de bordo (maple), escala em jacarandá (rosewood) e marcações em madrepérola. Paleta em estilo clássico e cavalete modelo trapézio.
Destino: Não se tem notícias do paradeiro deste violão.
Paul continuou usando seu pesqueno violão para compor e ensaiar em casa.
Nas fotos ao lado, de Agosto de 1962, podemos ver ele e John compondo a música Seventeen, futura I Saw Her Standing There.
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35c - Harmônica Hohner
Modelo: Marine Band
Início de Uso: 1960
Fim de Uso: Dezembro de 1962
Características: Uma das mais famosas gaitas do mundo, totalmente fabricada à mão na Alemanha, com as chapas e tampas fixadas por cravos no corpo de madeira. O modelo usado por John tinha 10 furos e 20 palhetas.
Destino: Desconhecido.
John vinha tocando harmônica desde sua infância, tendo ganho uma de seu tio George. Em 1962, Delbert McClinton, gaitista de Bruce Channel, com quem os Beatles faziam turnê, deu dicas valiosas para John melhorar seu estilo.
A famosa harmônica Hohner que John usou a partir da gravação de Love Me Do, foi roubada de uma loja em Arnherm, em 1960, quando estavam indo para a primeira viagem a Hamburgo.
As gravações de 1962 com esta gaita foram nas músicas Love Me Do e Please Please Me.
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36 - Violão Gibson Jumbo
Acabamento: sunburst
Modelo: J-160E
Captadores: um
Início de Uso: Setembro de 1962
Fim de Uso: Abril de 1968
Características: Violão acústico/elétrico. O tampo era de
compensado laminado (plywood), e o fundo e as laterais
em mogno (mahogany). O captador ficava originalmente
junto ao braço.
Destino: Numa entrevista em 1976, George disse que deu este violão. Só isso! Mas seu filho Dhani conseguiu reaver o violão e hoje está no acervo da família.
Em 10 de Setembro de 1962, George, John e Brian Epstein entraram na loja Rushworth and Dreaper's Music, em Liverpool, para comprarem dois violões, já que o staff da EMI continuava reclamando de seus instrumentos. E esta era mais uma chance de Brian fazer um acordo de propaganda, agora com a loja de instrumentos de Liverpool.
Os violões, exatamente iguais, foram consignados por Brian em nome dos dois, no valor de £ 161 (£ 2.050 em valores atuais). Na confusão, George ficou com o instrumento originalmente destinado para John, como atesta a nota e o número de série.
George usou o novíssimo instrumento a partir da sessão de gravação do dia 11 de Setembro, nas músicas Love Me Do e P.S. I Love You. Depois gravou sua parte em Ask Me Why, em Novembro.
Com raras exceções, este foi o violão usado por George em todas as gravações, até as famosas fitas com versões acústicas gravadas em sua casa, para o White Album.
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37 - Violão Gibson Jumbo
Acabamento: sunburst
Modelo: J-160E
Captadores: um
Início de Uso: Setembro de 1962
Fim de Uso: Dezembro de 1963 (instrumento original, roubado)
Agosto de 1967 (o instrumento novo)
Características: Violão acústico/elétrico. O tampo era de
compensado laminado (plywood), e o fundo e as laterais
em mogno (mahogany). O captador ficava originalmente
junto ao braço.
Destino: Durante a "super-produção" The Beatles Christmas Show, idealizada por Brian, onde os Beatles tocaram no Astoria Cinema, Finsbury Park, Londres, o "Jumbo" de John foi roubado nos bastidores, entre os dias 24 e 31 de Dezembro de 1963, para desespero de Mal Evans. Outro instrumento igual foi comprado e até hoje está em poder de Yoko. Serviu inclusive de modelo para a série comemorativa da Gibson, em edição limitada de 250 unidades, a um custo de US$ 3,000 cada!
Em 2015 o Jumbo roubado apareceu e foi para leilão na "Julien's". Alcançou 3 milhões e 100 mil dólares (valores de 2024). Metade foi doada para a Spirit Foundation, instituição de caridade criada por John e Yoko.
John usou este violão na gravação de 11 de Setembro, Love Me Do e P.S. I Love You e depois em Please Please Me e Ask Me Why, em Novembro.
Depois, em todas as gravações "acústicas" dos Beatles, em programas de rádio e TV e como instrumento reserva nos shows. Nem depois do roubo ocorrido no Finsbury Park, John mudaria sua falta de cuidado com suas guitarras ao final dos shows, largando-as no palco, para mais desespero de Mal.
Ele gostava tanto deste instrumento que, em muitos shows, usava-o plugado, bem estridente. Outras vezes, toda a base ritmica das gravações era feita com ele. Isto fica bem evidente nos álbuns Please Please Me, Hard Day's Night e Beatles For Sale, onde em quase todas as músicas este violão estava presente. |
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37b - Amplificador para baixo Leak TL-12, com pré-amplificador Leak Point One
Dono: estúdios da EMI, Abbey Road
Início de Uso: Agosto de 1962
Fim de Uso: Março de 1963
Potência: 12 watts de saída.
Como o Quad II de Paul tinha muito ruído, como constataram na audição e na gravação da primeira versão de Love Me Do, os técnicos de Abbey Road ligaram um pré-amplificador da Leak, mais um amplificador da mesma marca, a um gabinete Tannoy, para garantir bom som e timbre do baixo Hofner nas gravações. |
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37c - Gabinete Tannoy G.R.F. Dual-Concentric
Dono: estúdios da EMI, Abbey Road
Início de Uso: Agosto de 1962
Fim de Uso: Março de 1963
Alto-falantes: 1, de 15"
Gabinete existente nos estúdios e que foi ligado na saída do amplificador Leak, nas gravações até Março de 1963, quando Paul receberia seu primeiro Vox.
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38 - Rickenbacker Capri:
Acabamento: madeira clara envernizada
Modelo: 325
Captadores: três captadores Rickenbacker
Alavanca: sim, modelo Bigsby B-5
Início de Uso: Setembro de 1962
Fim de Uso: Outubro de 1963
Características: É a mesma guitarra anterior. Agora ela foi pintada de preto, pelo pintor de ônibus Charles Bantam, de Birkenhead. E recebeu novos botões.
Destino: Em 1972 foi reformada por Ron DeMarino, em Nova Iorque, retornando ao seu acabamento original. Foi possivelmente usada na gravação de Stepping Out, do LP Milk And Honey, e também de Walking On Thin Ice, em Dezembro de 1980. Atualmente esta guitarra está em poder de Sean Lennon.
A razão para esta nova reforma era a estratégia de Brian Epstein de combinar roupas e instrumentos: tudo preto! E John, com sua "maneira delicada de tocar", novamente perdia botões. Foram colocados botões da "Höfner", iguais ao do baixo de Paul. E John também aproveitou para pintar todo o logo "Bigsby" na cor original, prata.
As últimas apresentações de 1962 foram com esta guitarra, menos nos shows onde John preferiu usar seu Jumbo.
Abaixo, os novos botões "Höfner".
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38b - Amplificador Vox AC-30::
Donos: John e George
Início de Uso: Novembro de 1962
Fim de Uso: Janeiro de 1963
Potência: 30 Watts
Alto-Falantes: Dois Vox "Celestion Alnico", de 12" cada
Acabamento: Bege
Os novos amplificadores VOX não aguentaram a maratona de shows e logo estavam "caindo aos pedaços". Assim, Brian resolve colocar em prática seu mais ousado plano até então: patrocínio da fábrica!
Ele foi até a Jennings Musical Industries (JMI), fabricante dos amplificadores Vox, para propor um acordo: a Jennings dava o equipamento que o grupo precisava e Brian assegurava que eles fariam toda a propaganda que a fábrica desejasse. E mais: que eles nunca usariam outra marca enquanto ele fosse o empresário deles. E cumpriu sua palavra.
Por incrível que pareça, o gerente de marketing aceitou e deu dois AC-30 para os Beatles, ainda com o acabamento bege. |
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38b - Bateria Trixon
Acabamento: "Red Croco"
Modelo: Telstar
Início de Uso: Novembro de 1962 (Star Club)
Fim de Uso: Dezembro de 1962 (Star Club)
Destino: Provavelmente ficou no acervo do clube.
Logo original: "Trixon"
Bumbo: 20"x 16"
Surdo: 16"x 20"
Tom-tom: 13"x 8"
Caixa: Germany - 14"x 6"
Ride: Zyn 18"
Crash: Zyn 16"
Hi-Hat: Zyn 14".
Bateria de fabricação alemã, famosa por suas formas excêntricas, dependendo do modelo.
O Star Club tinha uma Trixon modelo Telstar, cuja excentricidades eram o surdo e o bumbo de forma cônica. O bumbo tinha 16" na frente e 20" atrás. Já o surdo tinha 16" em cima e 20" embaixo.
Ringo usou esta bateria nas duas últimas turnês dos Beatles no Star Club, em Novembro (entre os dias 1o e 14) e Dezembro (entre os dias 18 e 31) de 1962.
Ele levou apenas seus pratos da Inglaterra. Provavelmente não usou sua caixa Premier.
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38c - Percussão
Os Beatles usaram muitas percussões ao longo da carreira. Em 1962, Ringo usou os seguintes instrumentos de percxussão:
- Pandeiro: em Love Me Do
- Maracas: em P.S. I Love You
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